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domingo, 26 de junho de 2011

Poema recitado por Bruno, do Biquini, no velório do filho. Emocionante

A morte de um filho
é uma gravidez às avessas:
volta pra dentro da gente
para uma gestação eterna
Aninha-se aos poucos
buscando um espaço;
por isso dói o corpo;
por isso, o cansaço
E como numa gestação
ao contrário, a dor do parto
é a da partida, de volta
ao corpo pra acolhida;
reviravolta na sua vida.
E já começa te chutando,
tirando o sono,
mexendo os órgãos,
lembrando ao dono
que está presente, te
bagunçando o pensamento,
te vazando de lágrimas e
disparando o coração
A morte de um filho é essa gravidez ao contrário,
mas com o tempo,
vai desinchando
até se transformar
numa semente de amor
e que nunca mais
sairá de dentro de ti

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