Informe do Dia: 'As rádios do Brasil têm muito conteúdo religioso'
Segundo especialista, regulamentação das chamadas rádios livres ainda está longe de acontecer
Rio - Mestre em Comunicação e professor da Uerj, Mauro Sá Rego Costa acredita que a regulamentação das chamadas rádios livres ainda está longe de acontecer. Estudioso do assunto, ele acaba de lançar o livro ‘Rádio, arte e política’, que trata da criação e desenvolvimento das estações comunitárias na Europa e no Brasil.
— Quando essas rádios chegaram ao Brasil?
— A partir do início da década de 1980. Elas trazem um modelo parecido com o das europeias, que surgiram durante os anos 1970, primeiro na Itália depois na França. Só que sem a mesma carga política nas programações.— Quais as características das rádios livres nacionais?
— Elas são muito heterogêneas. Também não apresentam grande conteúdo político. O que existe é muita programação religiosa. Principalmente evangélica. No Brasil há 40 mil rádios — 4,5 mil com concessão. As outras são livres ou comunitárias. Pelo menos metade tem programação voltada à música gospel.
— Essas rádios influenciam muito a opinião dos ouvintes?
— Bastante. Tanto que, em períodos eleitorais, muitos candidatos visitam essas estações. Há pesquisas que mostram que 30% do público que vive nas comunidades do Rio e Grande Rio ouve apenas a programação das rádios comunitárias.
— É difícil abrir uma rádio livre no Brasil?
— Muito. Para abrir uma em Duque de Caxias, levei mais de seis anos. O processo é lento e burocrático.
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